Na manhã desta terça-feira (dia 29), o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Barueri (Cetas) encaminhou uma ave, conhecida como Marianinha de cabeça amarela, de nome científico Pionites Leucogaster, espécie ameaçada de extinção, ao zoológico de Sorocaba, no interior de São Paulo. Ela veio do município de Cotia por meio de uma entrega voluntária e apresentava danos nas penas das asas, o que a impossibilitava de alçar voo.
A ave passou por quarentena durante 30 dias. A equipe técnica do Cetas decidiu pelo encaminhamento do psitacídeo para o zoológico devido à má condição de sua musculatura, prejudicada pelos vários anos de cativeiro. Por se tratar de uma espécie em risco de extinção, o zoológico foi considerado como a melhor opção para acolher a Marianinha.
A parceria do CETAS com o Zoológico de Sorocaba dura nove anos. Já são 21 animais que saíram de Barueri até a unidade ambiental, que cumpre a função de conservar a fauna e estabelece um programa de educação ambiental de extrema importância para a população, informando sobre os riscos de manter um animal silvestre em cativeiro.
Devolver ao seu papel biológico
O Cetas tem a função de recepcionar os animais, triá-los e reabilitá-los para o retorno ao meio ambiente. Eles são oriundos de entregas voluntárias, de resgates e vítimas de tráfico. Quando retirados de seu ambiente, muitos desses animais acabam morrendo durante o transporte. Os que sobrevivem podem sofrer danos irreversíveis que impossibilitam o seu retorno à natureza.
Segundo a rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), estima-se que no Brasil, 38 milhões de espécies são retiradas de seu habitat para o atendimento dessa demanda criminosa, que pode movimentar até R$3 bi anualmente.
A responsável pelo Cetas de Barueri, a bióloga Erika Sayuri, comentou sobre o processo de soltura, uma vez que o Centro realizou, do ano passado para cá, 687 solturas. “Cabe à equipe destinar esses animais da melhor forma possível, seja para soltura em São Paulo e repatriação (soltura em outros Estados), ou para a destinação para cativeiro (mantenedouros, zoológicos e criadores). A primeira ocorre quando o processo de reabilitação é bem-sucedido, processo este que pode durar até dois anos. O encaminhamento para cativeiro se dá quando a condição física do animal o impede de retornar à natureza para cumprir o seu papel biológico”, comenta.
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Eric Dimitri – 06/07/2021
Crédito das fotos: Lourivaldo Fio/Secom
Legenda das fotos: Ave enviada ao zoológico em Sorocaba está ameaçada de extinção.
Foto de capa: Capa.jpg
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